Estimamos um modelo de procura de emprego de equilíbrio para seis regiões metropolitanas localizadas em diferentes regiões do Brasil. Dois mecanismos de determinação dos salários são considerados: postagem de salários por empresas monopsônicas e negociação bilateral a la Nash. Para estimar o modelo, usamos o método não-paramétrico desenvolvido por Bontemps, Robin, & van den Berg [2000. Equilibrium search with continuous productivity dispersion: Theory and nonparametric estimation. International Economic Review, 41(2), 305-358]. Existe heterogeneidade significativa entre os parâmetros estruturais estimados para essas regiões. Conseguimos racionalizar diferenças regionais já bem conhecidas nos salários, taxas de desemprego e produtividade prevalentes nos mercados de trabalho brasileiros, oferecendo assim novas interpretações. Regiões metropolitanas do Nordeste possuemλ0 (taxa de oferta de salários para trabalhadores empregados) e λ1 (taxa de oferta de salários para trabalhadores empregados) muito menores vis a vis aquelas encontradas nas regiões Sul ou Sudeste. Este é um resultado novo e muito mais preciso que vale a pena ser considerado no debate regional da desigualdade no Brasil. A desigualdade regional nos salários, além de ser resultado da distribuição regional de capital humano, pode ser racionalizada através da desigualdade de fricções trazidas por diferenças entreλ1's. Evidenciamos também um papel (indireto) importante das fricções de busca quando se analisam as diferenças de produtividade. Como os atritos de busca impactam simultaneamente sobre o poder de monopsônio, bem como sobre a produtividade, afim de entender melhoras diferenças de produtividade regionais, devemos aprofundar nossa análise sobre como esses parâmetros estruturais são diferenciadas por regiões. Fricções no mercado de trabalho adicionam importantes insights ao debate, algo que não é capturado por abordagens econométricas de forma "reduzidas" mais tradicionais.
We estimate an equilibrium job search model for six metropolitan areas located in different regions of Brazil. Two mechanisms of wage determination are considered: wage posting by monopsony firms and Nash bilateral bargaining. In order to estimate the model, we use the non-parametric method developed by Bontemps, Robin, & van den Berg [2000. Equilibrium search with continuous productivity dispersion: Theory and nonparametric estimation. International Economic Review, 41(2), 305-358]. There is significant heterogeneity among the estimated structural parameters for these regions. We succeed in rationalizing some well-known regional differences in wages, unemployment rates and productivity prevalent in Brazilian labor markets, thus offering new interpretations. Metropolitan regions in the Northeast have much lower λ0 (arrival rate of wage offers for unemployed workers) andλ1 (arrival rate of wage offers for employed workers) vis a vis areas in the South or Southeast regions. This is a new, and much more precise, result worth considering on the regional inequality debate in Brazil. Regional inequality in wages, besides being an outcome of its regional human capital distribution, can be rationalized as inequality of search frictions brought by differences inλ1. We found a key (indirect) role for search frictions when analysing productivity differences as well. Since search frictions impact simultaneously on monopsony power as well as on productivity, in order to understand better regional productivity differences we must deepen our analysis on how these structural parameters are differentiated by regions. Labor market frictions add important insights into the regional debate, something not captured by more traditional econometric reduced form approaches.